Há um som que não se ouve com os ouvidos, um ruído que ecoa por dentro.
É o barulho da mente que nunca silencia.
Pensa demais. Sente demais. Sofre em silêncio, mesmo quando há gritos por dentro.
A mente barulhenta é como uma cidade em plena madrugada, quando todos dormem, menos os pensamentos.
Eles andam apressados, esbarram uns nos outros, criam caos onde deveria haver calmaria.
Fazem perguntas sem resposta, repassam diálogos antigos, inventam futuros trágicos e reprisam dores passadas.
E o coração…
Ah, o coração carrega tudo isso como quem segura um mundo nos braços.
Cada batida parece implorar por paz.
Mas como encontrar sossego, se o peito é um campo de batalha e a alma se afoga num mar de incertezas?
São corações que amaram demais e foram largados no meio do caminho.
Corações que esperaram retornos que nunca vieram.
Corações que nunca disseram tudo o que sentiam, com medo de parecerem fracos e acabaram ficando fortes demais, por tempo demais.
No fundo, são almas que pedem abrigo.
Não de um lugar, mas de um instante.
Um momento de silêncio verdadeiro, onde os pensamentos não gritem, e o coração, por fim, possa apenas… respirar.
Porque às vezes, tudo o que uma mente barulhenta e um coração angustiado precisam é de alguém que diga:
"Eu entendo. Você não está sozinho. E vai passar."
E nesse sussurro simples, começa o milagre da cura.