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🔥 Fênix Rosa – Tecelã de Realidades e Guardiã das Histórias🌸

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Fênix Rosa
Contos, Versos, Sentimentos e Poesias… Tudo à Flor da Pele.
Textos

Corações Errantes 

Capítulo Sete: O Encontro dos Errantes

 

O destino era um fio invisível, uma trama delicada, tecendo os caminhos de Evanna, Dorian e Lucian, puxando-os de diferentes direções até um ponto de convergência inevitável. Como peças de um tabuleiro ancestral, eles se moviam, inconscientes do grande jogo que se desenrolava ao seu redor. E, quando finalmente se encontraram, não foi por acaso. O universo, com sua imensa indiferença, sabia que somente aqueles cujos corações haviam sido quebrados poderiam desafiar o império de sombras que ameaçava consumir Valleria.

 

A cidade de Dravon, à beira do caos, parecia o reflexo perfeito de um reino à beira da ruína. Suas ruas estreitas estavam repletas de rebeldes, mercenários e traidores, todos com o mesmo objetivo: derrubar o que restava da nobreza de Valleria e criar um novo império nas cinzas da destruição. Era um local onde promessas não passavam de palavras ao vento e as facadas nas costas eram mais comuns que os acordos selados com honra.

 

Evanna Storm havia chegado primeiro, seu capuz abaixado, os olhos dourados fixos no horizonte, onde o sol se punha sobre os telhados de pedras irregulares. Sua lâmina, afiada como sua determinação, estava guardada na bainha, mas seu espírito estava em alerta. A dor de sua perda ainda queimava em seu peito, mas ela sabia que o veneno da vingança não poderia ser diluído enquanto ainda estivesse em busca de sangue. Ela não estava ali para mais uma morte sem importância; seu objetivo era claro. Encontrar o homem que destruiu tudo o que ela amava.

 

Em uma taverna suja e abafada, com o cheiro de suor e vinho barato no ar, ela se sentou em silêncio, aguardando o próximo movimento. Cada mercenário que passava pelo local olhava para ela com desconfiança, mas ninguém ousava desafiá-la. Seu olhar feroz falava mais do que qualquer espada poderia. Ela havia aprendido a ser uma sombra, uma predadora silenciosa que sabia como se mover entre os desconhecidos.

 

Dorian Velka, por outro lado, já estava habituado a essas sombras. Em uma mesa no canto escuro da taverna, ele brincava com um copo de vinho, a taça girando entre seus dedos com a mesma leveza com que ele manipulava os corações alheios. Seu sorriso era enigmático, mas havia algo de amargo em seus olhos, como se o sabor do vinho fosse mais doce que a ilusão que ele mesmo criara.

 

— O destino é um jogo de azar — murmurou Dorian, lançando uma carta sobre a mesa, observando com interesse a reação dos outros jogadores. Seus olhos, no entanto, nunca se desviaram de Evanna, que estava sentada sozinha, sua presença imponente em meio à multidão.

 

Ele sabia que ali estava algo mais do que um simples mercenário em busca de riqueza. Ela carregava em sua aura a marca da vingança, e Dorian não era homem de se afastar quando o perigo parecia se tornar fascinante. Ele se levantou lentamente e, com a graciosidade de um gato, caminhou até ela.

 

— Me permita um lugar ao seu lado — disse ele, sua voz suave como seda, mas carregada de um veneno doce.

 

Evanna levantou os olhos, medindo-o com um olhar frio. Ela já tinha visto muitos como ele: homens de palavras afiadas, mas sem nada de real por trás de seus sorrisos. Mas havia algo nele que a intrigava, algo na maneira como ele desafiava o mundo sem realmente tocá-lo.

 

— Eu não me lembro de tê-lo convidado — respondeu ela, a voz baixa, mas cheia de uma força que parecia sufocar qualquer tentativa de intimidação.

 

Dorian sorriu, como se a resposta fosse o que ele esperava, e se sentou diante dela, os olhos brilhando com a curiosidade de quem sabia que, por mais que tentasse fugir, havia algo inevitável no destino.

 

— O convite foi tácito, minha cara. A vida tem dessas ironias. Quando dois errantes se cruzam, já não se precisa mais de palavras.

 

A conversa foi interrompida por um estrondo vindo da porta, que se abriu abruptamente, e Lucian Draeven entrou, sua figura imponente imediatamente atraindo os olhares da sala. Suas roupas de cavaleiro estavam desgastadas, e sua armadura, marcada por batalhas passadas, parecia uma segunda pele. Ele estava lá não por escolha, mas por necessidade. A fome por redenção era maior que a dor que o perseguia, e ele sabia que ali, em Dravon, o caos oferecia uma oportunidade.

 

Ao ver Evanna e Dorian juntos, ele sentiu uma estranha sensação de déjà vu, como se já estivesse destinado a cruzar caminhos com esses dois errantes. Mas ele não falaria. Não agora.

 

— O que os traz a Dravon? — perguntou Lucian, sua voz grave, ecoando sobre a conversa silenciosa.

 

Dorian olhou para ele, analisando-o por um momento, e então respondeu com uma leveza que contrastava com a tensão no ar.

 

— O destino, meu caro cavaleiro, nos trouxe até aqui. E, por mais que tentemos, é impossível escapar dos caminhos que nos são traçados.

 

Evanna observava os dois com uma atenção silenciosa. Cada um carregava suas próprias cicatrizes, suas próprias sombras. Mas o que ela sabia, e o que Dorian e Lucian ainda não compreendiam, era que aqueles caminhos entrelaçados levavam a algo maior. Valleria estava à beira da ruína, e, de alguma forma, eles estavam destinados a jogar um papel na batalha que se aproximava.

 

Mas, para que isso acontecesse, precisariam olhar além das sombras do passado e unir forças, apesar das cicatrizes que carregavam. O que os aguardava era uma jornada que desafiaria não apenas suas habilidades, mas também suas próprias almas.

 

Era o início do que parecia ser uma aliança improvável, mas inevitável. E o que estava por vir… mudaria o curso de Valleria para sempre...

Fênix Rosa
Enviado por Fênix Rosa em 25/03/2025
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