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🔥 Fênix Rosa – Tecelã de Realidades e Guardiã das Histórias🌸

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Fênix Rosa
Contos, Versos, Sentimentos e Poesias… Tudo à Flor da Pele.
Textos

Corações Errantes

Capítulo Seis: A Honra Perdida de Lucian

 

O clangor de espadas ecoava pelo campo de treinamento, a cada golpe ressoando como uma chamada de guerra, mas Lucian Draeven mal sentia a dor que percorria seu corpo. Seus braços estavam tensos, seu rosto marcado pelo cansaço, mas sua mente… sua mente estava distante, perdida em um mar de lembranças que não lhe pertenciam mais.

 

Ele estava rodeado por guerreiros em treinamento, mas sua alma estava aprisionada nas cicatrizes do passado, como um prisioneiro que não consegue se libertar da prisão de sua própria consciência. Os sons dos golpes, os gritos abafados, o suor que escorria pela sua testa — tudo parecia embaçado, irrelevante, como se ele estivesse assistindo à cena de fora, um espectador de sua própria queda.

 

Lucian Draeven, o cavaleiro outrora conhecido por sua honra inabalável, agora era apenas uma sombra do homem que um dia jurou fidelidade. Seu espírito havia sido quebrado pelas correntes da traição, e não havia espada afiada o suficiente para cortar as correntes invisíveis que o mantinham cativo.

 

Ele fora um cavaleiro leal, um homem de princípios, guiado por uma moral que acreditava ser inquebrantável. Mas o destino, com sua crueldade silenciosa, o havia testado de uma maneira que ele nunca imaginara. Ele confiara na pessoa errada — uma traição disfarçada de amizade, e em um único erro, tudo o que ele construiu desmoronou. Traíra aqueles que chamava de irmãos, aqueles com quem compartilhara o pão e o sangue. E por isso, agora vagava sem pátria, sem propósito, sem honra.

 

A espada em sua mão parecia mais pesada a cada dia. Não porque ele tivesse perdido a habilidade, mas porque ela agora representava algo muito mais sombrio: a punição que ele acreditava merecer.

 

— Você ainda luta como um homem que carrega um fardo pesado — disse uma voz áspera, como uma pedra sendo arrastada sobre o chão. Um velho espadachim se aproximava, observando-o com olhos experientes e, ao mesmo tempo, cansados. — Não é mais a espada que te derrota, Lucian Draeven. É sua alma.

 

Lucian parou, a lâmina ainda nas mãos, e olhou para o ancião. O suor escorria pela testa, os olhos cerrados em esforço. Ele não queria ouvir, mas sabia que, no fundo, o velho estava certo. Cada movimento que fazia estava pesado, cada golpe que desferia era impulsionado por uma dor que ele não podia mais ignorar. O peso da honra perdida, o peso de sua própria falha.

 

— Meu fardo é minha cruz — Lucian disse, a voz rouca, como se cada palavra fosse uma pedra que ele carregava em seu peito. Ele deu um passo para trás, deixando a espada cair ao lado de seu corpo, e se afastou, seus olhos sombrios fixos no horizonte distante. — E não sei se algum dia poderei me livrar dele.

 

O velho espadachim não respondeu imediatamente. Ele sabia que palavras não poderiam aliviar a dor que Lucian carregava. O homem diante dele não era mais o cavaleiro destemido que enfrentava monstros em nome da justiça. Não. Lucian Draeven era agora um homem marcado pela culpa, um homem que havia trocado a lealdade pela traição e a honra pela vergonha. E, como todos aqueles que se perdem no abismo da desonra, ele não sabia mais como voltar à superfície.

 

O velho suspirou e, com um gesto quase imperceptível, deu um passo atrás. Ele compreendia o peso do que Lucian sentia. Quando a honra se perde, não se pode simplesmente pedir desculpas e esperar que tudo seja restaurado. A redenção é um caminho longo, tortuoso, e muitas vezes, ao final, as cicatrizes da alma permanecem para sempre.

 

— Você ainda carrega o peso do cavaleiro dentro de si — disse o ancião, sua voz mais suave, como um aviso. — Mas um cavaleiro sem honra é como uma espada quebrada: não serve mais para nada, exceto para lembrar do que foi perdido.

 

Lucian não respondeu. Ele não sabia o que dizer. As palavras pareciam inúteis diante de um abismo tão profundo e escuro, um buraco negro em seu peito que sugava todas as suas certezas. A honra, a lealdade, tudo o que ele acreditava ser essencial, tudo o que ele achava que o definia, havia sido tirado dele em um piscar de olhos. Ele estava perdido e, talvez, no fundo, não soubesse mais o que procurar.

 

O destino, porém, tinha outros planos. E, como sempre, o destino não pergunta a ninguém se está pronto para o que virá.

 

Enquanto Lucian se afastava, deixando para trás o campo de treinamento, o velho espadachim permaneceu onde estava, olhando-o com uma mistura de pesar e sabedoria. Ele sabia que aquele não era um homem que se perdera apenas no campo de batalha. Lucian Draeven havia se perdido dentro de si mesmo. Mas o destino é implacável e, por mais que Lucian tentasse fugir de seu próprio passado, o futuro o aguardava, pronto para lhe apresentar algo que ele jamais imaginara: a oportunidade de reconquistar aquilo que ele acreditava ter perdido para sempre...

Fênix Rosa
Enviado por Fênix Rosa em 25/03/2025
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