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🔥 Fênix Rosa – Tecelã de Realidades e Guardiã das Histórias🌸

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Fênix Rosa
Contos, Versos, Sentimentos e Poesias… Tudo à Flor da Pele.
Textos

Corações Errantes

Capítulo Dois: A Traição e o Exílio

 

Os dias que se seguiram ao último encontro de Kael e Lyria foram carregados de tensão. O príncipe caminhava pelos corredores do castelo como um fantasma de si mesmo, carregando um peso invisível sobre os ombros. O gosto dos beijos proibidos ainda queimava em seus lábios, mas agora era apenas uma lembrança distante, sufocada pelo dever e pelo medo.

Nos salões de Valleria, rumores sussurrados espalhavam-se como fogo em um campo seco. O nome de Lyria Ravel começava a ser pronunciado com desconfiança, e cada olhar lançado ao príncipe carregava a sombra da dúvida. Alguém movia as peças de um jogo cruel nas sombras, e Kael começava a sentir que as paredes do castelo não eram apenas de pedra, mas de traição.

E então veio a noite do Baile de Máscaras, onde os nobres escondiam seus rostos e revelavam suas intenções. Era ali que o destino teceria mais uma de suas tramas implacáveis.

 

A noite do Baile de Máscaras cintilava sob o brilho de mil velas e lustres dourados. O grande salão do castelo de Valleria resplandecia com sedas luxuosas e risos contidos, enquanto os nobres escondiam seus rostos sob máscaras requintadas e revelavam suas verdadeiras intenções por trás de olhares furtivos.

Era uma noite de promessas sussurradas, de alianças seladas entre taças de vinho e danças ensaiadas. Mas, acima de tudo, era uma noite de conspiração.

Selene Valerys observava a cena de um canto da galeria superior, suas unhas cravando-se no corrimão de mármore. Seus olhos azuis como o gelo estavam fixos em um único alvo: seu irmão, Kael. Ele estava ali, imponente e belo como sempre, mas sua atenção não estava na corte, e sim na sombra delicada que pairava à beira da pista de dança.

Lyria Ravel.

A feiticeira usava um vestido negro bordado com fios prateados, como se o próprio céu estrelado tivesse sido tecido para cobri-la. Seus cabelos escuros caíam soltos, e seus olhos reluziam como prata líquida sob a luz das velas. Cada movimento seu parecia um feitiço, cada olhar um encantamento.

E Kael estava enfeitiçado.

A verdade era insuportável para Selene. Ela amava Kael — não como uma irmã deveria, mas de um jeito tortuoso e proibido. E se não poderia tê-lo, ninguém poderia.

Com um sorriso velado, ela deslizou pelo salão, sua máscara dourada refletindo o brilho das chamas. A mentira que arquitetara já havia sido semeada nos ouvidos certos, espalhando-se como veneno entre os cortesãos. Lyria não era apenas uma mulher misteriosa; era uma bruxa, uma feiticeira perigosa que havia enredado o príncipe em seus feitiços sombrios.

E então veio o momento decisivo.

A rainha Amaranta ergueu-se de seu trono, seu vestido escarlate arrastando-se pelo chão como sangue derramado. Seus olhos eram lâminas afiadas enquanto percorriam o salão e encontravam a figura de Kael ao lado da feiticeira.

— Diga, meu filho! — Sua voz ecoou como um trovão. — Essa mulher enfeitiçou você?

O salão mergulhou em silêncio.

Kael sentiu o peso do olhar de todos sobre ele. Sua mãe, seu pai, sua irmã. O conselho real. Os duques e barões que sempre esperaram seu primeiro deslize. Mas, acima de tudo, sentiu o olhar de Lyria — esperançoso, temeroso, cheio de amor e desespero.

Se a defendesse, perderia tudo. Seria deserdado, caçado, banido.

Se a negasse…

Kael fechou os olhos por um instante, um instante apenas, e quando os abriu novamente, sua voz saiu fria como aço.

—Ela é uma bruxa perigosa.

O murmúrio que percorreu a corte foi como uma lâmina afiada cortando a atmosfera. Lyria recuou, seu rosto pálido como a lua, e por um momento pareceu que a magia que sempre brilhava em seus olhos havia se apagado.

Ela não gritou, não implorou. Apenas olhou para ele — um olhar que Kael sabia que o assombraria até seu último suspiro.

Os guardas avançaram, segurando seus braços com força. Ainda assim, ela não resistiu. Seus passos eram silenciosos, mas antes de cruzar os grandes portões do salão, ela virou-se uma última vez.

— Que sua alma sinta a ausência como uma lâmina cravada no peito. — Sua voz era baixa, mas carregada de magia. — Que seus sonhos sejam assombrados por tudo o que negou. E que um dia… me peça perdão.

Um vento gelado percorreu o salão, apagando várias velas. E então, Lyria foi levada, desaparecendo na noite.

Kael não se moveu.

Mas soube, naquele instante, que nunca mais voltaria a sentir paz.

Fênix Rosa
Enviado por Fênix Rosa em 25/03/2025
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